quarta-feira, 17 de agosto de 2011

BOLAR, INDICIO DA NECESSIDADE DA INICIAÇÃO DO CANDOMBLÉ


"Bolar", ou "cair no santo", é indício da necessidade da iniciação no candomblé.
Geralmente acontece quando a pessoa participa de um "toque" e o orixá a incorpora,
ainda no estado que os adeptos denominam de "bruto" (ainda não assentado ou "feito").
Bolar, aparentemente, é como desmaiar. Mas o orixá está ali. Tomou a cabeça de seu
filho, mesmo contra a vontade deste, cobrando sua iniciação. A "bolação" geralmente
acontece enquanto as pessoas cantam e dançam para os orixás, sendo significativa, para
a identificação do orixá ao qual a pessoa pertence, a divindade para a qual se cantava
quando a pessoa bolou.
Uma vez "bolada" a pessoa é levada para o roncó ou para o quarto de
santo, onde será "acordada". Se depois de bolar uma ou mais vezes, a pessoa decidir se
iniciar, o pai-de-santo consultará o oráculo (jogo de búzios) para determinar que orixá
será feito e como (com que folhas, de que modo, com que quantidades, que animais
serão sacrificados etc.). O pai-de-santo prepara o roncó com a esteira sob a qual serão
depositadas as devidas folhas, as representações materiais do orixá (como quartilhões,
alguidares, ferramentas, pratos etc.) e tudo o mais que será necessário durante o tempo
do recolhimento. Só então é feito o "toque de bolar", quando o abiã (iniciando) será levado
para o barracão onde, ao som dos atabaques, dançará para o seu orixá até que este
incorpore. Bolado, o abiã será recolhido, para só reaparecer em público no dia da festa da
saída

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